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Lissa Price – Enders

O primeiro livro da duologia de Lissa Price, intitulado Starters (leia a resenha!), me fisgou logo de cara pelo seu estilo futurista, pós-guerra e inovador: não existem mais pessoas comuns nesse novo tempo, assim como não se conhece mais os chamados laptops e televisões. As pessoas enfrentam um mundo caótico, onde são estereotipados pela sua beleza física e habilidades. Depois que a guerra matou todas as pessoas entre 20 e 60 anos, que não tiveram direito às vacinas, o que sobrou foi um mundo de crianças órfãs e idosos. Os jovens são chamados de Starters, e em sua maioria são pobres e vivem nas ruas, com exceção dos que ainda tinham avós vivos, pessoas mais velhas que são chamadas de Enders que, por sua vez, são em sua maioria mais ricos.

Enders

Starters, livro 2

Autoria:
Lissa Price

Autoria:
Novo Conceito

Autoria:
2014

Autoria:
288
Depois que a Prime Destinations foi demolida, Callie pensou que teria paz para viver ao lado do irmão, Tyler, e do amigo, Michael. O banco de corpos foi destruído para sempre, e Callie nunca mais terá de alugar-se para os abomináveis Enders. No entanto, ela e Michael têm o chip implantado no cérebro e podem ser controlados. Além disso, o Velho ainda se comunica com Callie. O pesadelo não terminou. Agora, Callie procura uma maneira de remover o chip – isso pode custar sua vida, mas vai silenciar a voz que fala em sua mente. Se continuar sob o domínio dos Enders, Callie estará constantemente sujeita a fazer o que não quer, inclusive contra as pessoas que mais ama. Callie tem pouco tempo. Obstinada por descobrir quem é de fato o Velho e desejando, mais que tudo, uma vida normal para si e para o irmão, ela vai lutar pela verdade. Custe o que custar.

A sociedade é extremamente dividida entre os mais pobres e os mais ricos, e a primeira classe é tratada como algo ruim, como lixo. Para piorar, uma empresa chamada Prime Destinations tem como objetivo alugar corpos de Starters para Enders que querem uma temporada em corpos adolescentes. Callie perdeu os pais nessa guerra e, vivendo em prédios abandonados, precisa de dinheiro para cuidar de seu irmão, que está doente. Desesperada, aceita o emprego na Prime. Mas nem tudo – ou melhor, nada – é o que parece.

No primeiro livro, descobrimos este mundo e acompanhamos enquanto Callie desvenda um sem fim de mistérios, assassinatos, crimes e injustiças cometidas contra Starters. Sem ter em quem confiar, ela precisa correr contra o tempo para impedir que mais desgraças aconteçam. No segundo e último livro, Callie percebe que o que enfrentou até então não era nem o começo da encrenca em que se meteu.

Enders nos revela um mundo de mentiras sendo reveladas e de mistérios sendo solucionados. A cada revelação, a sensação que temos é que a autora não tinha como enrolar mais a história. Mas, sim: ela dá mais e mais voltas, e a gente se pergunta: até quando? Em alguns momentos, eu me apaixonei pela história e estava vidrada nas páginas; em outra hora, eu me sentia dispersa e não conseguia acompanhar a trama. As voltas são muitas, dá até vontade de fazer um diagrama pra juntar os pontos e traçar linhas.

Lissa Price me conquistou com a sua escrita e sua história, e eu com certeza recomendo a leitura dessa série para todos. Faz muito bem sairmos da nossa realidade, às vezes, e embarcar em uma história diferente, mesmo que ela dê voltas e às vezes quase nos deixe tontos. Ainda assim, nada me faz tirar o brilho dessa história.

Ninguém – absolutamente ninguém – é o que parece. Portanto, a chamada do livro não podia estar mais correta.


Essa leitura faz parte da Maratona Literária #EuSouDoideira, realizada pelo blog Carneirismo com a colaboração do Fluffy. A ideia era ler 5 livros em 15 dias e, além disso, escolher uma música para se adequar a cada leitura realizada. Enders foi o segundo dos cinco livros lidos e um dos mais difíceis na escolha da música, mas acabei optando por A Beautiful Lie, do 30 Seconds to Mars. (cavei essa no passado né?)

O que me chamou a atenção na música foram alguns versos, como: “É hora de esquecer o passado / De apagar o que aconteceu atrás / Escondido atrás de uma face vazia / Não tem muito o que se dizer / Porque isto é apenas um jogo.” É como se os Enders estivessem escondidos atrás dos rostos dos Starters e, quando a música diz que tudo é uma bela, bela mentira, bem, isso deixa exposta a mentira da Prime. Concordam?

Veja o clipe:

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