O primeiro contato que tive com as histórias de Marina Carvalho foi através da duologia Simplesmente Ana e De repente, Ana, que entraram para os meus favoritos. Adorei a escrita dela, a forma como ela usa as palavras pra entreter o leitor, e como tudo é tão bem inserido pra criar uma história sem pontas soltas. Pouco tempo depois, embarquei em seu outro livro, também publicado pela Novo Conceito, que desta vez não tinha continuação. Azul da cor do mar não foi, porém, uma leitura tão boa. E agora quero contar a vocês os motivos.
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Azul da cor do mar
- Autoria:
- Marina Carvalho
- Editora:
- Novo Conceito
- Ano de lançamento:
- 2014
- Páginas (nº):
- 336
Primeiramente, preciso lhes inteirar um pouco na história. Azul da cor do mar é uma narração em primeira pessoa contada pela estudante de jornalismo Rafaela Vilas Boas, a partir do momento em que ela consegue um estágio no Jornal de Minas, uma das maiores publicações do país e o sonho de qualquer colega da universidade. Porém, ela logo (quase) arrepende-se de ter conseguido quando descobre que teria que trabalhar juntamente com Bernardo, um cara arrogante que, logo nos primeiros cinco minutos da entrevista, já conseguiu tirá-la do sério.
Mais uma coisa a se falar sobre a moça: ela tem um relacionamento – acho que pode-se dizer assim – com um garoto de sua infância. Rafa passava as férias na casa da avó, em Iriri, e naquela época ela observava o garoto da mochila xadrez e olhos azuis, que sempre foi um mistério pra ela. Por isso, ela nunca conseguiu embarcar em um relacionamento de verdade: ninguém superava o garoto da sua imaginação e suas histórias.
![Resenha do livro Azul da cor do mar](https://livrosefolhas.com.br/wp-content/uploads/2015/04/post-730_1.jpg)
![Resenha do livro Azul da cor do mar](https://livrosefolhas.com.br/wp-content/uploads/2015/04/post-730_2.jpg)
Mais uma vez, a escrita de Marina é impecável e, se houve algum erro, me passou despercebido. O que me incomodou um pouquinho foi a personalidade de Rafaela, uma moça desastrada que muitas vezes enfia os pés pelas mãos. Sinceramente? Eu meio que cansei de personagens desastradas, que conseguem quase se matar pelo menor esbarrão. No caso da Rafa, ela tem dois pés esquerdos, pois é tão suscetível a acidentes que chega a ser impossível de acreditar. Mesmo assim, tenho que admitir que as situações são engraçadas, quando não são irritantes.
E bem, posso dizer que desde o começo eu sabia quem era o tal garoto, e isso acabou sendo um tanto clichê. A autora tentou confundir o leitor adicionando outros personagens na trama, e admito que até fiquei em dúvida por alguns momentos. Porém, não posso mentir: mesmo sabendo, tive uma surpresa no final, quando isso se revelou. Só que esse final foi tão rápido que me incomodou um pouco. É verdade, foi super legal a forma como tudo se resolveu, mas a personagem, que se dizia tão forte, que não ia dar o braço a torcer, se dobrou fácil demais.
Não sei dizer com certeza o que me incomodou nessa história, mas a verdade é que embarquei com expectativas demais em decorrência das leituras anteriores da autora e acabei me desiludindo um pouco. Porém, não é uma leitura ruim, que fique claro, pois é gostosa de ler e flui com naturalidade, porém só um pouco “forçada” às vezes. Se você tem vontade de ler esse livro, não deixe de lado. Só eu diria pra não mergulhar de cabeça com as expectativas altas. Leia sem esperar nada em troca, pois acho que assim a sua experiência será muito boa. E, se a autora continuar escrevendo, com certeza vou continuar lendo suas histórias.
Juliana
Suas resenhas são sempre super sinceras, eu adoro. É bom mesmo explicar do jeito certo o que achou do livro, mas deixar claro que a pessoa deve ler e os motivos 🙂
Parece um livro bem fofo.
Beijos!