Após ter finalizado a leitura de “A Casa do Céu”, precisei de algum tempo para processar tudo o que havia vivenciado através deste livro, para só então formular uma ideia mais concreta a ser transmitida a vocês. Antes de qualquer coisa: o livro trata-se de uma autobiografia e nele, conhecemos os eventos que aconteceram na vida de Amanda Lindhout, que fizeram com que ela mudasse totalmente a forma de viver.
A Casa do Céu
- Autoria:
- Amanda Lindhout
- Editora:
- Novo Conceito
- Ano de lançamento:
- 2013
- Páginas (nº):
- 448
Canadense e apaixonada por viajar e conhecer o mundo, Amanda era alguém que não conseguia se fixar por muito tempo em determinado local, estando sempre ávida por conhecer todos os lugares possíveis do mundo. Um pouco aqui, um pouco lá, trabalhando como freelancer ou garçonete durante algum período, ela juntava dinheiro para alimentar seus sonhos. No livro, ela nos conta como conseguiu sair, pela primeira vez, de sua cidade, de seu país, e conhecer outras culturas e estilos de vida em lugares distantes. Até que, quando ela viajou para a Somália, considerado o país mais perigoso e violento do mundo, ela e seu amigo e companheiro atual de viagem, Nigel, foram sequestrados e levados para cativeiro, reféns de somalianos que exigiam dinheiro em troca de sua liberdade.
Durante as quase 450 páginas deste livro, praticamente 290 falam do sequestro e dos 460 dias que Amanda e Nigel foram mantidos em cativeiro, sob vigilância dos seus captores, fiéis seguidores do Islã. Amanda foi deixada em quartos, quase sempre sozinha e sem nenhuma iluminação, e com pouquíssima comida. O que a deixava manter a sanidade foi a sua mente, agarrando-se às lembranças de casa, e visitando a sua própria casa do céu. Nos últimos meses, ela era proibida de se levantar de seu colchão velho, confinada a ficar dentro da pequena área dele, deitada. É impossível transcrever e colocar em palavras tudo o que o leitor sente ao ler esta história, pois Amanda e sua coautora, Sara Corbett, foram incrivelmente claras e vívidas ao descrevê-la.
Enquanto lia a história, não pude deixar de sentir ódio pela cultura islâmica e pela forma como tratam mulheres, principalmente mulheres feitas prisioneiras (sim, o Islã fala sobre pessoas mantidas refém, e não parece ser algo contra o que manda o Alcorão, pelo contrário). Acima de tudo, além de imaginar Amanda passando por todas essas situações, o leitor pensa em quantas pessoas ainda encontram-se nessa situação terrível. Tanto que, quando libertada, Amanda criou a Global Enrichment Foundation, fundação que leva educação às mulheres somalianas e quenianas, assim tentando combater o terrorismo nesses países).
Essa é uma leitura que vale muito a pena. Só posso dizer que, depois de conhecer a história de sobrevivência de Amanda frente aos mais tristes e sofríveis dias de sua vida, passei a ver a minha própria existência de outra forma. A autora disse, após ser libertada, que ela agora dá muito mais valor à sua liberdade. Precisamos a aprender a nos colocar nessa situação e dar mais valor às coisas boas que nos rodeiam.
“A Casa do Céu” não é uma leitura feliz, e pode ser até angustiante e triste, mas é bela e marcante, pois conhecemos o pior que um ser humano pode suportar, e ainda assim, mantendo viva a chama da esperança, da fé, do perdão, da vontade de viver e ser livre e da própria sanidade. De forma geral, essa é uma leitura inesquecível, que vai do que há de mais belo ao mais feio e triste no mundo, e que não pode ser ignorada.
Juliana
Quando terminei de ler a sinopse abri a boca e disse: Nossa…
E depois da resenha, ainda estou meio perplexa. Não vejo resenha sobre livros nesse estilo pelos blogs literários, justamente por serem “angustiantes e tristes”. Eu amo biografias e essa com certeza será lida o mais breve possível.
Beijos!
Divana
Eu fiquei muito interessada nesse livro embora eu não seja muito fã de biografias.
Abraços!
Ângela Graziela
Esse livro chama bastante atenção
E só de imaginar as coisas que ela passou, a gente já fica angustiado [sad]
Gostei bastante da resenha
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com
Tarcila lim
Nossa, sempre fico emocionada com estas histórias de dor e superaração.
Sou muito molenga, acho que por isso evito ler livros assim. Trazem uma carga muito forte.
Já te disse o quanto adoro sua forma de escrever resenhas?
Um beijo Gabi *-*
Gabi Orlandin
Também me emociono com esses livros, e algumas vezes é até difícil de acreditar que as pessoas passaram por tanta coisa ruim… Mas acho que essas leituras engrandecem, né? 🙂
Obrigada! 🙂
Beijos.
Fabiana Strehlow
Oi, Gabi!
Primeiramente, parabéns pela belíssima resenha!
Eu já tinha ouvido falar deste livro e só agora encontrei uma resenha que relatasse o verdadeiro enredo do livro. Não que outras resenhas que li, sejam falsas, não é isso. Mas, talvez, superficiais.
Acho que vou amar ler este livro, que cairá como uma luva para a disciplina que leciono.
Beijos!!