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Jon Katz – Rose na tempestade

Rose na tempestade

Autoria:
Jon Katz

Editora:
Novo Conceito

Ano de lançamento:
2013

Páginas (nº):
240
No meio de uma terrível nevasca, a cadelinha Rose insiste em dar conta de seu trabalho como pastora enquanto nos deixa a par de suas curiosas reflexões: onde está Katie, que ela nunca mais viu, embora seja capaz de sentir sua presença em todo lugar? Quem será aquele cachorro selvagem que parece seu amigo? Por que Carol, a mula, fica parada mesmo debaixo de toda a neve que cai? E onde foi parar Sam, que sumiu depois daquele barulho todo? Mas Rose não tem muito tempo para suas reflexões divertidas — e às vezes bem corretas. Agora ela deve voltar sua atenção para uma coisa muito mais séria: correr atrás de Sam, tentar encontrá-lo e, quem sabe, salvá-lo. No entanto, alguns perigos podem ser intransponíveis para uma cachorrinha…

Rose na Tempestade é um livro com apenas dois personagens principais, sendo que um deles é a própria Rose, uma border collie muito inteligente e apegada ao trabalho na fazenda e ao seu dono, Sam; os personagens secundários que, em determinada parte do livro, ganham lugar na trama, são animais da fazenda. Sendo assim, o fato de o autor trabalhar com apenas um personagem “humano” e vários animais, deu, por vezes, um tom monótono à leitura, pois não houve muito movimento além dos desafios da fazenda e animais sobrevivendo às intempéries, fazendo uso apenas de seus instintos. Mas, antes de chegar a uma conclusão, vamos falar um pouco mais sobre a o que senti com esse livro – a história e sobre o que ela trata, em mais detalhes, pode ser conferida na sinopse, logo acima neste post.

A narração é feita em terceira pessoa e conta sentimentos de Rose e Sam. Eu adoro terceira pessoa, mas ler sobre os sentimentos de Rose foi um tanto esquisito, pois não estou habituada a ler pensamentos de um animal e não sabia em quem atribuir a voz narrativa. Além do mais, às vezes parecia que a própria cachorra contava a história, tamanha quantidade de detalhes na explicação, principalmente, dos pensamentos e raciocínios dela para sair de determinada situação.

Porém, todas as reflexões de Rose têm um pano de fundo realístico, no modo como sabemos que os cachorros percebem as coisas ao seu redor. Um exemplo é o mapa: Rose tinha uma espécie de mapa em sua cabeça, onde memorizava tudo o que havia na fazenda: animais, tratores, casas, objetos. Assim que um animal morria, por exemplo, ela atualizava esse mapa com um número a menos. Este mapa deu um nexo à história, ligando-a em pontos de acontecimentos que, para mim, foram ótimos para entender todo o livro. Apenas uma coisa confundia a cachorra: Katie era uma pessoa que ainda contava em seu mapa, mas Rose não sabia por que ela não voltava para casa…

Adoro histórias que envolvam neve, inverno e gelo, porém depois desse livro, talvez eu prefira o verão, sem as suas tempestades e temperaturas a -30 graus, que castigam tanto os animais e fazendas! A escrita é estranha em algumas partes. Não sei dizer se foi “culpa” do autor ou do tradutor, mas tive a sensação de que faltaram alguns conectores em algumas frases, entre as vírgulas. Isso não ocasionou problema de entendimento, apenas tornou a leitura de algumas frases um tanto mais complicada.

Para finalizar, essa é uma história de companheirismo, de ajudar o próximo, independente se ele seja um igual a você ou totalmente diferente. Rose mostra que o amor não tem limites e, mesmo em meio a tanto branco e gelo, sempre terá um coração bondoso e vermelho pulsando para lutar pela vida. Eu recomendo, pois a leitura é leve e, apesar de tudo o que eu disse, a história é linda e inspiradora.

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