Lisa Gardner – Sangue na neve

Quando abri o email da Gabi pedindo se eu gostaria de ler outra história da Lisa Gardner, não hesitei nadinha em responder “eu quero!“. Saibam de antemão que eu não me arrependi. (um “viva” às fãs de CSI e derivados, que sabem muito bem porque eu não pude recusar).

Sangue na neve

Autoria:

Lisa Gardner

Editora:

Novo Conceito

Ano de lançamento:

2013

Páginas (nº):

416

A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D. Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples. No entanto, ao abrir o inquérito, D.D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e – afinal – onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que a policial Leoni realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha? D.D.Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.

Em Sangue na Neve, além de nos reencontrarmos com a incrível detetive D.D. Warren, temos a oportunidade de conhecer outra personagem forte e intrigante – Tessa Leoni. Diferente de “Viva para Contar” onde o centro de toda a nossa atenção era a D.D., nesta trama você é fisgado por outros personagens. Eles não ofuscam nossa querida detetive, mas certamente mudam alguns conceitos já construídos sobre ela.

A história é extremamente dramática, e não estou exagerando. É difícil dar uma provinha dessa trama sem liberar alguns spoilers, portanto, resumidamente, trata-se de uma investigação de assassinato. A policial Tessa Leoni matou seu marido, alegando legítima defesa, e a filha do casal desaparece na mesma noite. Alguns fatos não fecham, e a principal suspeita do desaparecimento torna-se Tessa, que por sinal, não colabora em nada nas buscas pela filha. A partir daí, muita água vai rolar!

É muito interessante o mix de narrativa vinculado com a inserção de alguns pensamentos de Tessa. Os capítulos são alternados entre o narrador em terceira pessoa, e a policial Tessa Leoni em primeira pessoa. Particularmente, acho esse jogo muito interessante, dá a sensação de que no meio da história, a personagem interage diretamente com você, como em uma conversa.

“Quem você ama? É uma pergunta que qualquer um deve ser capaz de responder, uma pergunta que define uma vida, cria um futuro, guia a maioria dos minutos do dia das pessoas. Simples, elegante, envolvente. Quem você ama? Ele fez a pergunta, e senti a resposta no peso do cinturão do meu uniforme…”

No decorrer dos capítulos, você é incentivado a absorver muito sentimento, fazendo com que haja um grande envolvimento com cada personagem, aumentando os níveis de revolta/frustração em cada reviravolta que, diga-se de passagem, é escrita com muita inteligência. Cada fato é disposto estrategicamente no livro, para que, somente ao final, você consiga ter a percepção do todo, e aí sim entender tudo o que aconteceu.

Particularmente, é isso que me encanta em Lisa Gardner, essa capacidade de mexer com nosso julgamento e nos surpreender nas últimas páginas. Escolha um personagem, preste atenção nele, e no final da história você verá que em alguns momentos o amou, em outros odiou, teve medo, sentiu pena, ficou eufórico ou apreensivo. Se você tem afinidade com histórias que provocam uma explosão de sentimentos, não tenho dúvida que vai gostar de “Sangue na Neve“.