É com lágrimas nos olhos que acabo de fechar este romance e estou tentando, em meio aos diversos sentimentos, formar palavras e frases para entender como este livro me tocou tão profundamente. Sam Angus, autora de Soldier, baseou-se em histórias reais de animais da Primeira Guerra Mundial para criar a história de um pequeno cachorrinho e seu dono, apenas uma criança quando tudo em sua vida mudou e tornou-se um verdadeiro horror.
Soldier: Leal até o fim
- Autoria:
- Sam Angus
- Editora:
- Novo Conceito
- Ano de lançamento:
- 2015
- Páginas (nº):
- 256
Stanley vivia em uma fazenda com seu pai, chamado apenas de Da. Sua mãe, Ma, havia morrido há algum tempo, mas foi com a partida de seu irmão Tom para a guerra, que seu pai se fechou em seu próprio mundo. Ao invés de criar amor e afeição pelo único membro da família restante, Da desenvolveu uma espécie de raiva e angústia. Ele vivia triste, parecia doente e o filho tinha medo do próprio pai. Quando Rocket, a cachorra puro sangue de Da fugiu, uma enorme cadeia de acontecimentos se seguiu e saiu dos trilhos. Quando tudo parecia insuportável, Stanley fugiu e alistou-se no exército. Mentindo sua idade, fingindo-se mais velho do que a criança que era, ele conseguiu um uniforme e a tarefa de treinar cães para serem mensageiros em meio ao tiroteio e horror da guerra. Tudo o que ele queria ali era encontrar Tom, mas como fazer isso entre milhares de homens divididos entre tantos lugares diferentes?
“Como você sabe, se um cachorro o ama, ele vai fazer qualquer coisa por você.”
Soldier foi uma leitura incrível, mas também um tanto contraditória para mim. No início, eu consegui ler muito rapidamente, pois a história era muito interessante e envolvente, com toda a história de Rocket, dos cachorros, da fazenda e do coração de pedra de Da contra o medo de Stanley. Quando o cenário mudou e o menino encontrava-se no desolador terreno da guerra, apesar de ser interessante, houveram algumas partes cansativas, em que – na minha opinião – a autora deteve-se muito demoradamente em alguns trechos. Eu adoro livros com cenários de guerras, e adoro cachorros, então um romance que tenha esses dois ingredientes seria um prato cheio para mim. Pois bem, apesar de tudo, o final revelou-se surpreendente e, com várias reviravoltas, eu me via frequentemente com lágrimas nos olhos.
Nem todos os personagens são bem detalhados, mas a autora focou muito nas emoções de Stanley, fazendo com que o leitor criasse uma afeição pelo garoto – o que foi um ponto muito positivo. Da também teve uma carga grande de responsabilidade no romance, principalmente no emocionante final. Eu não quero falar muito sobre Soldier, sobre Stanley, Da ou Tom, para que você possa descobrir tudo, pois todas as descobertas são uma surpresa – apesar de nem sempre agradáveis, pois é a guerra, afinal.
Apesar de haverem partes cansativas na narrativa, em momento algum eu deixaria de recomendar este livro. Não foi o melhor do ano, mas a história do pequeno e valente Soldier vai, certamente, ficar para sempre no meu coração. É impossível não se apaixonar, e eu garanto que, se você der uma chance a este livro, vai amar esses personagens tanto quanto eu.
Marcela
Eu evito esse tipo de leitura de propósito. Histórias emocionantes que envolvem bichos acabam comigo, eu fico semanas chorando. É ridículo. Eu tô lá cuidando da minha vida, aí DO NADA lembro de uma parte da história e começo a dar escândalo. Meu coração não aguenta isso não.
Gabi Orlandin
Sei como é, Marcela. Também fico bem emocionada com histórias de animais, choro até com as que têm final feliz – aí é de emoção. Tem alguns tipos de livros que eu evito mesmo, então te entendo 🙂
Juliana
Que história interessante, Gabi. Nunca tinha visto um livro que abordasse esse tema, gostei bastante. Deve ser emocionante demais 🙂
Beijos!
Gabi Orlandin
Eu também nunca tinha visto um livro que falasse sobre cães mensageiros na guerra. É um livro lindo, e sim, é emocionante.
Beijos.
Rodrigo Esteves
Eu vi essa capa e já fiquei apaixonado, eu adoro cachorro, na verdade tento tomar cuidado pra não pegar um livro que tenha um final muito forte (mesmo que seja bom), pois já li alguns títulos em que o final era tão triste pro bichinho que (mais uma vez) mesmo sendo bom , eu odiei e critiquei o livro só pela decisão do autor. enfim, estou com “Até o dia em que o cão morreu” de Daniel Galera na minha lista para ver se supero esse medo.
Gabi Orlandin
Eu concordo com você, Rodrigo. Também não posso pegar livros com finais ou acontecimentos muito trágicos, porque fico muito tocada e choro por dias. Não dá. Olha, tomara que você supere. Eu acho que comigo não funciona, haha! Mas Soldier é emocionante, não precisa ter tanto medo. Acontece algumas coisas tristes, mas tem outras que compensam.