Resenhas de livros

Organização e produtividade

Papelaria

Sara Pennypacker – Pax

Admito: o que me fez ler Pax foi a capa. Ela me encantou logo da primeira vez que vi. Então, logo depois de ter decidido dar uma chance ao livro, eu li a sinopse. Um menino à procura de sua raposa. Época de guerra. Aí eu fiquei sabendo que era de capa dura e tinha ilustrações. Gente! É claro que eu ia querer ler! Aliás, eu ainda preciso escrever a resenha depois de dizer isso? Haha! Tá bem, vamos lá!

Pax

Autoria:
Sara Pennypacker

Editora:
Intrínseca

Ano de lançamento:
2016

Páginas (nº):
288
Peter e sua raposa Pax são inseparáveis desde que ele a resgatou, órfã, ainda filhote. Um dia, o inimaginável acontece: o pai do menino vai servir na guerra, e o obriga a devolver Pax à natureza. Ao chegar à distante casa do avô, onde passará a morar, Peter reconhece que não está onde deveria: seu verdadeiro lugar é ao lado de Pax. Movido por amor, lealdade e culpa, ele parte em uma jornada solitária de quase quinhentos quilômetros para reencontrar sua raposa, apesar da guerra que se aproxima. Enquanto isso, mesmo sem desistir de esperar por seu menino, Pax embarca em suas próprias aventuras e descobertas. Alternando perspectivas para mostrar os caminhos paralelos dos dois personagens centrais, Pax expõe o desenvolvimento do menino em sua tentativa de enfrentar a ferocidade herdada pelo pai, enquanto a raposa, domesticada, segue o caminho contrário, explorando sua natureza selvagem. Um romance atemporal e para todas as idades, que aborda relações familiares, a relação do homem com o meio ambiente e os perigos que carregamos dentro de nós mesmos. Pax emociona o leitor desde a primeira página. Um mundo repleto de sentimentos em que natureza e humanidade se encontram numa história que celebra a lealdade e o amor.
Resenha do livro Pax

A história é basicamente bem simples, mas cheia de significados. Peter é um menino órfão de mãe, que vive com o pai e sua raposa, Pax. Pax está com seu menino desde que foi resgatada, muito filhote e quase à beira da morte. Nós, leitores, não conhecemos a vida dos personagens nesse período, só entendemos pelo contexto, pois o primeiro capítulo já é de cortar o coração: Peter é obrigado a abandonar Pax no bosque, pois o pai está indo para a guerra e o avô do menino, com quem ele ia ficar, não poderia cuidar de um animalzinho.

Nós tomamos conhecimento dessa história pela visão da raposa que, com sua sagacidade e inteligência, detectou sinais de que as coisas não estavam certas. Isso, porém, não a salvou de ficar à sua própria sorte, no meio de um habitat que ela não conhecia. Por medo, Peter não se opôs ao pai, simplesmente aceitou aquela decisão, embora de forma contrariada.

Foi somente depois de descobrir um fato novo a respeito de seu pai, que Peter percebeu o erro que tinha cometido. Pax viveu com ele a vida toda, foi parte de sua existência e era seu companheiro em muitas empreitadas. A pequena raposa nunca viveu no bosque, fora de seu cercadinho; nunca precisou procurar comida; nunca precisou se virar sozinha. Como Pax iria sobreviver nesse cenário, e ainda mais com a guerra a caminho?

Foi com esse pensamento de urgência que Peter arrumou sua mochila e, antes de amanhecer, saiu em uma missão de resgate. Com um bilhete deixado ao avô e o pensamento em Pax, ele tinha fé que iria encontrar o seu fiel amiguinho ainda esperando, no exato ponto em que o viu pela última vez, com o olhar perdido e confuso.

Resenha do livro Pax
Resenha do livro Pax
Resenha do livro Pax

Peter é um menino de coração muito bom e grandioso, mas que foi obrigado, pelo pai rígido e severo, a fazer algo que, posteriormente, enxergou como a pior traição para seu pequeno melhor amigo. Alternando capítulos entre Peter e Pax, este livro vai arrancar algumas lágrimas do leitor e, principalmente, deixá-lo com o coração na mão pelo sentimento, tanto do menino quanto da raposa. Peter não sabia viver sem Pax; e Pax teve que se arranjar sem Peter, pois mesmo com o passar dos dias, ele não sentia que seu menino estava voltando para resgatá-lo.

A autora foi muito fiel aos sentimentos dos dois personagens, traduzindo com detalhes aquele aperto no peito, aquela fé – mesmo sendo apenas um fiozinho dela – de que o menino ainda iria voltar, de que ele não abandonaria seu melhor amigo. Acima de tudo, Sara Pennypacker soube conduzir muito bem a transição de sentimentos com o passar da história – os novos amigos de Pax, os desafios de Peter e tudo o que veio no caminho dos dois.

Resenha do livro Pax
Resenha do livro Pax

Este não é um livro infantil; é um livro para todas as idades. Para todos os que encontram nos animais um companheiro para toda a vida, e sabem que o bichinho também possui sentimentos verdadeiros – e respeitam isso! Essa história é feita para todos os leitores que gostam de livros queridos, que a gente guarda em locais especiais na estante, para nunca mais esquecer. Pax é uma trama linda, cheia de detalhes super simples; é sobre aquele amigo especial que, mesmo não falando em palavras, expressa nos gestos e no olhar o quanto nos ama e depende de nós. Este livro me conquistou de forma única, e tenho certeza que, se você se sente como eu, vai amar essa história também.

Comente este post!

  • Patricia Leardine

    Eu vi a capa lá na Bienal do Livro, mas o estande da editora estava tão cheio que não tive coragem de me aventurar para descobrir. Chegando em casa fui pesquisar sobre o livro e já me encantei. Estou cogitando muito ler a versão ebook assim que terminar os livros já comprados. Adoro histórias em que a natureza é metáfora da vida.

    responder
    • Gabi Orlandin

      Oi, Patricia!
      Ah, eu queria muito ter ido na Bienal, mas infelizmente esse ano não tive como. Você vai se encantar com essa história, tenho certeza!

      responder
  • Dai Castro

    Estou iniciando essa leitura e já estou amando a história do peter e da raposinha pax. É tão lindo ver um sentimento verdadeiro como esse. Acho que me identifico muito, pois sempre vi nos animais a minha volta, verdadeiros companheiros. Muito amor essa história!

    responder
    • Gabi Orlandin

      Oi, Dai!
      Também me identifiquei muito com a história. Eu sentia a angústia do Peter e até aquele sentimento de solidão e abandono do Pax. Dá uma dor no coração! D:

      responder