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Thaís Vilarinho – Mãe fora da caixa

Mãe Fora da Caixa é um livro que toda mãe deveria ler: aquelas que ainda vão se tornar mães, as que estão com filhos pequenos e até mesmo quem já viu seus filhos criarem asas. No meu caso, estou na fase de ver minhas pequenas explorarem o mundo com 1 e 3 anos. Essa leitura me trouxe uma avalanche de emoções: desde socos no estômago e nós na garganta até lágrimas – de alegria e, confesso, de remorso. Quero te contar mais sobre essa experiência.

Mãe fora da caixa

Autoria:
Thaís Vilarinho

Editora:
Buzz

Páginas (nº):
208

Ano de lançamento:
2017

Gênero:
Maternidade
Talvez você ache que esse livro não seja para você. Ele de fato não é uma via de mão única. Você não vai encontrar regras, certo ou errado. Mas a vontade de criar algo novo: o começo de um nós, a construção de um conjunto de experiências e novas formas de enxergar a maternidade. Percebo que ser mãe é algo muito particular, mas ao mesmo tempo universal. Por isso decidi compartilhar aqui meus sentimentos mais íntimos: medos, angústias, dúvidas, alegrias, conflitos e aprendizados.

Thaís Vilarinho reuniu, neste livro, contos que percorrem a jornada da maternidade desde a descoberta da gestação, os desafios da adolescência e até as gerações de mães e avós. Ela aborda os dias e noites intensos: noites sem dormir, o cansaço exaustivo, os sentimentos confusos do puerpério, os primeiros passos, as dores de vê-los criar asas e, claro, o amor imensurável que só uma mãe pode sentir.

A escrita é honesta, sem floreios ou idealizações, mostrando a maternidade como ela realmente é: cheia de altos e baixos, lutas e glórias, flores e espinhos. É um livro que traz a verdade nua e crua, mas também uma busca constante por sermos a nossa melhor versão, mesmo nos dias mais desafiadores.

Os contos são curtos e envolventes, alguns com colaborações de outros autores que complementam a visão da Thaís. Cada um deles traz lições profundas que podem emocionar, tocar, ou até chacoalhar a leitora. É impossível não se sentir acolhida ao perceber que esses sentimentos, por mais confusos que pareçam, são compartilhados por tantas outras mães. Aquele ideal de comercial de margarina simplesmente não condiz com a vida real. A maternidade é linda, sim, mas também é desafiadora – e isso precisa ser dito.

Mãe Fora da Caixa fala sobre a maternidade real, longe das ilusões de cursos e manuais que prometem uma perfeição inexistente. É um livro essencial porque nos ajuda a enxergar que não estamos sozinhas e que é possível viver essa jornada de maneira mais leve e verdadeira.

Confesso que tive muitos momentos de clareza enquanto lia. Se tivesse encontrado esse livro antes, acredito que teria vivido o começo da maternidade com menos cobranças e mais presença. Teria aprendido a valorizar mais o presente, o agora – algo que as crianças nos ensinam o tempo todo, mas que tantas vezes insistimos em ignorar.

Por isso, recomendo este livro não só para mães, mas também para pais, avós, amigos e qualquer pessoa que conviva com a maternidade de alguma forma. Precisamos falar sobre criação de filhos com honestidade, sem maquiar a realidade, e sobre a pressão absurda que recai sobre as mães. Mãe Fora da Caixa é um convite para viver a maternidade de um jeito único, dentro das suas possibilidades, sem cobranças desnecessárias. Aproveite o agora, porque ele passa rápido – mais rápido do que imaginamos.

Ser mãe é abrir mão de muita coisa. Do tempo, da tranquilidade, do sono. Muitas vezes, é abrir mão das próprias vontades. E deve ser, portanto, uma escolha. Não uma obrigação. Uma escolha.

Com o tempo, a gente aprende que ser mãe é instintivo e particular. A culpa só vai embora quando deixamos a maternidade fluir da maneira mais natural possível.

Quem cuida muito de alguém, precisa ser cuidada também.

A gente está correndo do quê, mesmo? E os filhos, onde ficam nessa correria? Correndo atrás da gente para ter um pouquinho de atenção?

A vida acontece nos dias bons e ruins. Ela não espera você estar com a sua lista em dia, nem com o melhor humor do mundo. Ela simplesmente acontece na maravilhosa confusão do cotidiano.

Ser uma boa mãe é também aceitar que somos humanas, de carne e osso.

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