Quando a editora Melhoramentos entrou em contato comigo para fecharmos a parceria do livro Vango, a primeira coisa que fiz foi, naturalmente, pesquisar sobre a obra. Porém, quando eu vi que a história envolvia o período Entreguerras, personagens históricos como Hitler e uma ficção cheia de aventuras, não resisti. Aceitei a parceria. E agora, após ter virado a última página do romance, não consigo escrever uma única linha dele pra vocês. Esse livro é tão complexo, tão cheio de engrenagens e caminhos cruzados que é muito difícil escrever uma resenha à altura. Juro que vou tentar.
Vango: Entre o céu e a terra
Vango #1
- Autoria:
- Timothée de Fombelle
- Editora:
- Melhoramentos
- Ano de lançamento:
- 2015
- Páginas (nº):
- 360
Vango Romano nasceu em 1915, um ano após o início da Primeira Guerra Mundial. Sua história se cruza com diversos acontecimentos históricos, como a Revolução Russa, a Grande Depressão e a tomada de poder da Alemanha por Hitler. Este período, entre o fim da primeira e início da segunda guerra é chamado de Entreguerras. Foi nesse tempo que acompanhamos as fugas de Vango. O que intriga o leitor – e o próprio personagem – é o passado misterioso de Vango. Um dia, um homem encontrou uma mulher e um pequeno menino de 3 anos em uma praia. A mulher, conhecida apenas como Mademoiselle, se torna a babá de Vango, mas ela não se lembra de onde vinha ou para onde ía. Dessa forma, não sabemos nada sobre o passado do garoto.
Entre o vaivém da história, conhecemos a trajetória do personagem, desde que ele foi viver com sua babá, nas Ilhas Eólias, um arquipélago italiano ao norte da Sicília. Essa trajetória também conta como Vango, nas primeiras páginas do livro, está a alguns minutos de se tornar padre antes mesmo dos 20 anos. Porém, algo grandioso acontece, e Vango precisa fugir. Os policiais estão atrás dele, e acompanhamos enquanto ele escala a catedral Notre Dame e corre sobre telhados das casas para afugentar aqueles que o perseguem. O motivo? Vango ainda não sabe, mas vai descobrir. Ele só sabe que precisa fugir. Ele sempre foi visto como um garoto paranóico; ele sempre achava que pessoas estavam atrás dele. Até que finalmente aconteceu.
Vango avançava na vida apagando seus rastros. Ele não chamava mais isso de paranoia e, sim, de sobrevivência. Página 167.
Quando os policiais perguntam às pessoas, ninguém conhece ou ninguém sabe de onde veio o menino. Porém, o que intriga os oficiais é que ele tem muitos contatos e, por isso, consegue se esconder e fugir. Entre uma fuga e outra, Vango se encontra dentro do Graf Zeppelin, pilotado por seu amigo Hugo Eckener, tendo como tripulantes Heinrich Kubis, Ernst August Lehmann e a jornalista Grace Marguerite Hay Drummond-Hay – pessoas reais que compõem esse romance como personagens. Essas partes, dentro do Zeppelin, foram as mais divertidas para mim. Eu adorava ler esses capítulos, e Hugo era um personagem incrível, que fazia de tudo para esconder seu amigo Vango dos oficiais que entraram no dirigível à procura de um clandestino.
Entre uma escalada e outra – ou melhor, entre o céu e a terra, literalmente – Vango faz contatos, passa despercebido, consegue voltar para casa, descobre que mais pessoas estão atrás dele e, de forma geral, tenta encontrar o que dá sentido à sua vida – coisa que todos nós fazemos, afinal de contas.
O livro é maravilhoso, e podemos perceber que o autor pesquisou bastante para escrever sobre esse período conturbado da história da humanidade. Entre os vários momentos tensos da história, ainda houve espaço para piadas, para pequenas mentiras que enganavam oficiais da Gestapo, e é possível rir em muitas dessas tiradas. O livro é flui, mas pode ser bastante cansativo, por ser denso, conter muitas informações e inúmeros personagens. Algumas vezes, eu tinha a sensação de que deveria começar tudo de novo, pois sempre me pareceu que houve coisas que eu não tinha entendido.
Além disso, me parecia, na hora da leitura, que alguns trechos eram desnecessários para o andamento da história; um pouco depois eu descobria que aquele trecho era a chave para um outro desfecho. O autor foi realmente genial em criar todos esses caminhos cruzados, mas é um pouco difícil acompanhar tudo isso. Acho que, para ser uma leitura totalmente proveitosa mesmo, o leitor precisa pegar o livro e ler todo de uma só vez, prestando atenção a cada detalhe. Porém, o leitor que se interessa por esse período e que gosta desse tipo de leitura, vai encontrar em Vango um prato cheio.
A diagramação do livro é outro ponto que conta muito a favor. O livro todo é dividido em três partes, e cada início dessas partes tinha uma arte muito bonita, geralmente com uma informação sobre a história no verso. Toda a impressão interna é na cor marrom avermelhada, como na capa, fazendo com que o livro seja agradável de ler. Além disso, o romance conta com um capítulo extra com informações sobre as pessoas reais que aparecem na história, bem como algumas fotos e curiosidades.
Vango é uma série composta por dois livros, sendo que o segundo se chama Vango: Um príncipe sem reino. Eu dei quatro estrelas a este primeiro livro, mas não é por não ter gostado. Tanto que, quando terminei a leitura, só tinha uma coisa em mente: “preciso do próximo!”.
Acesse a página do livro no site da Melhoramentos para conferir o trailer e ler um trecho.
Angelica Brunatto
Eu gosto de livros que se passam em uma determinada época e que nos relatem o que se passava por lá! Gostei da sua resenha, ficou ótima, e amei a diagramação do livro! Acho que ultimamente tenho reparado bastante nestes aspectos! hehe
beijos
Angelica
http://www.angelicabrunatto.com.br
Mary
Gabi, adorei sua resenha e adorei a ideia do livro!
Gosto bastante de livros que se passam no passado e têm uma preocupação de falar um pouco sobre o determinado período. A história pareceu bem divertida, com personagens interessantes. Achei a ilustração da capa uma graça, chamou a minha atenção logo que vi a foto. Gostei também da diagramação, que para mim sempre é importante que seja bem feita e tals.
Talvez eu me perca com o grande número de personagens e a história complicada que você falou, mas eu fiquei com bastante vontade de ler. Uma dica (não sei se vai servir para você): quando um livro tem muitos personagens, uma boa ideia é fazer uma lista com o nome deles para você não se perder. Sempre faço isso com livros assim, principalmente os russos que além de um monte de personagem, cada um tem um nome, sobrenome, nome do meio e três apelidos. Me ajuda bastante! hahahaha
Beijos! [heart]
Gabi Orlandin
Eu adorei a sua dica, Mary! Na verdade, pensei nisso lá pela metade do livro, mas aí não queria voltar e começar tudo de novo. Vou fazer isso quando ler o segundo livro.
Beijos.
Beatriz Cavalcante
Eu vi bastante gente postando fotos desse livro e fiquei querendo saber mais sobre ele. Pelo jeito deve ser uma história bem interessante e cheia de aventuras. A diagramação dele ta muito lindinha e amei a capa dele com essa ilustração super bacanuda. 😀
Fiquei afim de ler. [lol]
Gabi Orlandin
A ilustração é linda mesmo, Bia! E o livro todo é bonito e agradável de ler. É bem diferente de tudo o que já li, recomendo! 🙂
Beijos.
Rosangela
Estou encantada com a resenha. Quero muito ler o livro. Já estou pesquisando para comprá-lo. Obrigada!!!!
carla
Ansiosa por essa leitura.
Manu Furtado
Bela resenha! Aguçou minha curiosidade e vontade de ler. Já entrou na lista dos “tenho que ter”!!! [love]
Dai Castro
Eu particularmente me interesso bastante por livros que tem como plano de fundo a guerra, ou nesse caso, o período entre guerras. A história me pareceu bem complexa, mas esse detalhe das histórias cruzadas me deixou bem curiosa, geralmente eu gosto bastante desse tipo de narrativa. Beijos ^__^
Gabi Orlandin
Eu também, Dai! Adoro livros ambientados nesse período histórico! Acho que você iria gostar dessa leitura.
Beijos.